Pode-se perguntar, “Há algo de
errado em irmãos reunidos ao nome do Senhor se juntarem aos que estão nas
denominações na obra evangelística?” Este é outro ponto em que não desejamos
legislar. Deve-se deixar a consciência de cada um agir diante de Deus (Rm
14:5). No entanto, vamos passar um princípio que pode dar alguma luz
orientadora sobre o assunto.
O apóstolo Paulo disse, “agora
foi revelado aos Seus santos apóstolos e profetas, no [poder do – JND] Espírito, a saber, que os
gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em
Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3:5-6 – ARA). O fato de
ele acrescentar “por meio do evangelho” mostra
que as verdades do evangelho e da assembleia estão ligadas. No evangelho,
apresentamos Cristo, o Salvador; ao ensinar a
verdade da Igreja, apresentamos Cristo, o Centro. Ambas estão
intimamente ligadas. Portanto, toda a obra evangelística deve ser conduzida tendo
em vista a assembleia. Deus quer que, depois de uma pessoa ser salva, ela esteja
funcionando na assembleia como um membro do corpo de Cristo.
Um tipo do Velho Testamento ilustra
isso. As grandes pedras trazidas com o propósito de construir o templo (1 Rs 5)
não eram apenas extraídas do lugar onde eram encontradas, mas também eram
trazidas para o local do templo e encaixadas na casa (1 Rs 6). Tirar as pedras
da mina fala da obra do evangelho, ou seja, não tinha um fim em si mesmo. Do
mesmo modo, o propósito do evangelho é trazer o material que vai compor a
Igreja. As pedras vivas que hoje compõem a casa de Deus foram salvas com o
propósito de funcionarem em Sua casa para Sua glória. Posteriormente na
Epístola aos Efésios, Paulo fala novamente dessa conexão (cap. 4:11-16). Os “evangelistas”
deviam trabalhar com os “pastores e mestres” (TB) tendo
“em vista a edificação do corpo de Cristo” (JND).
Isso mostra que querer que as almas sejam salvas sem vê-las funcionando em seu
lugar no corpo em uma assembleia local é ficar aquém do propósito de Deus para
elas.
Um Cristão inteligente, guiado pelo
Espírito, vai querer trabalhar em conjunto com Deus, não apenas propagando o
evangelho, mas também direcionando todos os convertidos para Cristo no meio de
uma assembleia reunida ao Seu nome. O problema aqui é que se alguém das
denominações estiver envolvido nessa obra, ele vai logicamente direcionar os
novos convertidos para o seu grupo de igreja, ou para a igreja de escolha do
convertido. Logo, se os dois servos forem fiéis às suas convicções
eclesiológicas, eles puxarão em duas direções diferentes.
A Escritura indaga, “Andarão
dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3). A única
maneira desse esforço funcionar é alguém abrir concessões. Como a maioria
desses esforços são empregados por aqueles que pertencem a grupos de igreja,
alguém reunido ao nome do Senhor que deseja se juntar a eles terá que ser aquele
que vai abrir concessões. E isso é compreensível; afinal, é ele (ou ela) quem
está se juntando a essa obra. Não se pode esperar que os organizadores mudem
seus princípios só porque alguém se juntou a eles.
Como uma questão de convicção para o
nosso próprio andar nesse exercício, pela razão acima mencionada, acreditamos
que devemos conduzir nossos próprios esforços evangelísticos sem ligações com pessoas
das denominações. Não é porque não as amamos, ou qualquer coisa assim; é para
evitar o duplo padrão que inevitavelmente resultará da nossa diferença de
eclesiologia. Oramos por todos os esforços daqueles que estão nas denominações em
propagar o evangelho, mas acreditamos que devemos deixá-los conduzirem seu
próprio trabalho.
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