Como uma segunda prova de que não
existe separação eclesiástica na casa de Deus, o autor da pergunta afirma que,
se fosse realmente verdadeira a doutrina de ser reunido pelo Espírito ao nome
do Senhor, então aqueles que estão assim reunidos iriam “imitar” os traços
morais de Cristo. O raciocínio apresentado é que o Espírito de Deus é “o
Espírito de Cristo” (Rm 8:9), e se Ele estiver trabalhando com
os crentes, Ele certamente deixará neles a marca de Cristo moralmente. Como
aqueles que creem em estar reunido ao nome do Senhor não exibem essas graças
morais de Cristo (para a aprovação deles), mas, antes, manifestam uma “atitude
elitista”, está provado que não existe algo como estar reunido ao nome do
Senhor, como os irmãos ensinam.
O erro aqui está em fazer do estado
moral dos reunidos ao nome do Senhor o critério para julgar se o terreno em que
eles estão eclesiasticamente é certo ou errado. É possível estar em uma posição
correta eclesiasticamente, porém em uma condição errada espiritualmente. Não
pretendemos justificar o fraco estado entre os santos reunidos, mas ele não
prova que o terreno em que foram reunidos está errado.
Desde 1910, as pessoas têm tido
essa ideia errônea. Um caso que ilustra isso aconteceu quando os irmãos da
Europa continental enviaram cinco homens para se informar em Tunbridge Wells
sobre a triste divisão que tinha ocorrido lá em 1909. Eles cuidadosamente
entrevistaram ambos os lados e chegaram à conclusão de que os do partido de
Lowe, por terem falado com eles mais graciosamente, deviam ser os certos. Ao
retornar para o continente, eles incentivaram os irmãos da França, Alemanha,
Suíça, Holanda, etc., a ficarem do lado da turma de Lowe. A motivação e a intenção
deles estavam corretas, mas o princípio usado para julgar a situação estava
errado, e consequentemente eles se enganaram.
Pode muito bem haver, entre os
santos reunidos, aqueles que têm uma atitude orgulhosa, do tipo “mais
santa do que tu” (Is 65:5), “elitista”. Talvez alguns se
gloriem de estar em um lugar favorecido eclesiasticamente e olhem de modo
depreciativo para aqueles que não estão reunidos da mesma forma. Isso é triste,
mas não muda a verdade de que Deus tem um centro de reunião. Significa
simplesmente que alguns que estão associados a esse testemunho estão em um
pobre estado. Podemos ter certeza de que o Senhor agirá para tirar o orgulho
daqueles que se gloriam dessa maneira, pois isso não está em harmonia com um
testemunho remanescente (Sf 3:11-12). Se os santos reunidos são um testemunho,
eles são testemunho do fato de que a Igreja falhou em sua responsabilidade.
Aqueles que estão ligados a um tal testemunho remanescente hoje devem ser
marcados pela humildade. Pode ser uma das razões pelas quais há divisões e
separações entre os reunidos ao nome do Senhor. Mas não nega o fato de que Deus
tem um centro de reunião na Terra.
Os santos reunidos têm sido extremamente
pacientes com aqueles que têm atacado o terreno de reunião. Não é esta “a
paciência de Cristo”? (2 Ts 3:5; Ap 1:9) Eles também têm
manifestado “a mansidão e benignidade de Cristo”
(2 Co 10:1) para com os que têm essas ideias errôneas, na tentativa de
corrigi-los. O autor da pergunta acusa os santos reunidos de não ter o espírito
de Cristo, mas será que seus comentários foram feitos nesse espírito? Eles
parecem acusações que beiram a maledicência, que é uma completa desordem moral
(1 Co 5:11). A última observação que essa pessoa faz é um exemplo. Ele (ou ela)
insinua que os santos reunidos estão no nível dos cultos!
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