PERGUNTAS Que Jovens Fazem sobre o Verdadeiro Terreno de Reunião para os Cristãos Vol II - B. Anstey
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sábado, 4 de abril de 2020
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
Conclusões
Ao finalizarmos este pequeno
volume, acreditamos ter respondido aos comentários e perguntas com base nas
Escrituras. Esperamos que nossos leitores tenham visto que tentamos fornecer as
respostas no espírito de Cristo.
Sabemos que sempre haverá oposição
à verdade. Diante de tal oposição, J. N. Darby disse que preferia ser o objeto
dos ataques ao invés de ser o autor deles. Nós ecoamos o mesmo. E
por quê? Não se trata meramente de preferirmos a “visão dos Irmãos” a outras
visões, mas de temermos a Deus. Existe algo chamado tratamento governamental de
Deus com Seu povo (1 Pe 1:16-17). Ele terá algo a dizer àqueles que atacam a
verdade – especialmente aos que são mais velhos e têm agido como velhos
profetas de Betel (1 Rs 13).
Em tempos de abandono entre o povo
do Senhor, Paulo disse, “que isto lhes não seja imputado”
(2 Tm 4:16). Do mesmo modo, não queremos ver a mão do Senhor em juízo
governamental sobre ninguém. Antes, oramos “a ver se porventura Deus
lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar,
desprendendo-se dos laços do diabo” (2 Tm 2:25-26). Que Deus
nos conceda a graça de andar na verdade.
Juntando-se, em Serviço, Àqueles que Estão nas Denominações
Pode-se perguntar, “Há algo de
errado em irmãos reunidos ao nome do Senhor se juntarem aos que estão nas
denominações na obra evangelística?” Este é outro ponto em que não desejamos
legislar. Deve-se deixar a consciência de cada um agir diante de Deus (Rm
14:5). No entanto, vamos passar um princípio que pode dar alguma luz
orientadora sobre o assunto.
O apóstolo Paulo disse, “agora
foi revelado aos Seus santos apóstolos e profetas, no [poder do – JND] Espírito, a saber, que os
gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em
Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3:5-6 – ARA). O fato de
ele acrescentar “por meio do evangelho” mostra
que as verdades do evangelho e da assembleia estão ligadas. No evangelho,
apresentamos Cristo, o Salvador; ao ensinar a
verdade da Igreja, apresentamos Cristo, o Centro. Ambas estão
intimamente ligadas. Portanto, toda a obra evangelística deve ser conduzida tendo
em vista a assembleia. Deus quer que, depois de uma pessoa ser salva, ela esteja
funcionando na assembleia como um membro do corpo de Cristo.
Um tipo do Velho Testamento ilustra
isso. As grandes pedras trazidas com o propósito de construir o templo (1 Rs 5)
não eram apenas extraídas do lugar onde eram encontradas, mas também eram
trazidas para o local do templo e encaixadas na casa (1 Rs 6). Tirar as pedras
da mina fala da obra do evangelho, ou seja, não tinha um fim em si mesmo. Do
mesmo modo, o propósito do evangelho é trazer o material que vai compor a
Igreja. As pedras vivas que hoje compõem a casa de Deus foram salvas com o
propósito de funcionarem em Sua casa para Sua glória. Posteriormente na
Epístola aos Efésios, Paulo fala novamente dessa conexão (cap. 4:11-16). Os “evangelistas”
deviam trabalhar com os “pastores e mestres” (TB) tendo
“em vista a edificação do corpo de Cristo” (JND).
Isso mostra que querer que as almas sejam salvas sem vê-las funcionando em seu
lugar no corpo em uma assembleia local é ficar aquém do propósito de Deus para
elas.
Um Cristão inteligente, guiado pelo
Espírito, vai querer trabalhar em conjunto com Deus, não apenas propagando o
evangelho, mas também direcionando todos os convertidos para Cristo no meio de
uma assembleia reunida ao Seu nome. O problema aqui é que se alguém das
denominações estiver envolvido nessa obra, ele vai logicamente direcionar os
novos convertidos para o seu grupo de igreja, ou para a igreja de escolha do
convertido. Logo, se os dois servos forem fiéis às suas convicções
eclesiológicas, eles puxarão em duas direções diferentes.
A Escritura indaga, “Andarão
dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3). A única
maneira desse esforço funcionar é alguém abrir concessões. Como a maioria
desses esforços são empregados por aqueles que pertencem a grupos de igreja,
alguém reunido ao nome do Senhor que deseja se juntar a eles terá que ser aquele
que vai abrir concessões. E isso é compreensível; afinal, é ele (ou ela) quem
está se juntando a essa obra. Não se pode esperar que os organizadores mudem
seus princípios só porque alguém se juntou a eles.
Como uma questão de convicção para o
nosso próprio andar nesse exercício, pela razão acima mencionada, acreditamos
que devemos conduzir nossos próprios esforços evangelísticos sem ligações com pessoas
das denominações. Não é porque não as amamos, ou qualquer coisa assim; é para
evitar o duplo padrão que inevitavelmente resultará da nossa diferença de
eclesiologia. Oramos por todos os esforços daqueles que estão nas denominações em
propagar o evangelho, mas acreditamos que devemos deixá-los conduzirem seu
próprio trabalho.
O Perigo de Acabar Absorvendo o Erro
Outra coisa a considerar é que ao
ir às denominações para se alimentar, há o risco de ficar confuso e até mesmo acabar
absorvendo o erro. Se não estivermos bem instruídos na verdade (o que é
compreensível quando somos jovens), nós podemos, e muito provavelmente iremos, assimilar
inadvertidamente algo errôneo. A Escritura diz, “Não vos enganeis: as más
conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33). Isso foi
dito aos Coríntios, no contexto em que eles tinham absorvido uma doutrina muito
errada quanto à ressurreição. Não devemos ser ingênuos a ponto de pensar que
isso não pode acontecer conosco. Precisamos beber do poço “sabendo
de quem o tens aprendido” (2 Tm 3:14).
Alguém poderia perguntar: “E quanto
a ler e escutar o ministério de homens dotados sem ir às denominações? Será que
não podemos aproveitar algo do ministério oral ou escrito deles?” Acreditamos
que não é nosso papel legislar sobre o que os congregados ao nome do Senhor
fazem a esse respeito. Há coisas que podem ser de ajuda em livros de ministério
escritos por aqueles que não estão reunidos ao nome do Senhor, mas precisamos
ter cuidado com o que lemos.
Um princípio que pode nos guiar a
esse respeito encontra-se em Números 31:21-24. “E disse Eleazar, o
sacerdote, aos homens de guerra, que partiram à peleja: Este é o estatuto da
lei que o Senhor ordenou a Moisés. Contudo o ouro e a prata, o cobre, o ferro,
o estanho, e o chumbo; toda a coisa que pode suportar o fogo fareis passar pelo
fogo, para que fique limpa: todavia se expiará [purificará – ARA] com a água da
separação: mas tudo que não pode suportar o fogo, o fareis passar pela água.
Também lavareis os vossos vestidos ao sétimo dia, para que fiqueis limpos: e
depois entrareis no arraial”.
Havia coisas valiosas entre aqueles
que não estavam com os filhos de Israel. Os israelitas foram autorizados a
levá-las para o arraial, mas eles tinham que passá-las pelo “fogo”, ou o que não poderia passar pelo fogo,
[deveria passar] pela “água”. Como fogo fala
de juízo e água de purificação, devemos aprender com isso que se lermos coisas
escritas por aqueles entre os grupos divididos dos irmãos, ou daqueles em uma
posição denominacional, devemos julgar a conexão a partir da qual eles vieram
e, assim, desassociá-la de sua fonte. O que estamos dizendo é que precisamos
ter o cuidado de desconectar as verdades espirituais que obtivemos da posição
eclesiástica errônea na qual elas estão sendo ensinadas. Se isso não for feito,
esse ministério poderá ter o efeito de nos atrair para o lugar de onde veio.
Aqueles que consomem o ministério de pastores e ministros de igreja, e depois
acabam em uma dessas denominações, mostram que eles possivelmente estavam lendo
esse ministério sem desconectá-lo de sua fonte. Usando as próprias palavras da
figura mencionada, eles não o passaram pelo “fogo” e pela
“água”. Lembremos que não existe ministério no “arraial”
(Hb 13:13) que levará uma pessoa a sair do arraial; a tendência é o inverso. É
por isso que dizemos que uma pessoa precisa ter cuidado a esse respeito.
O Depósito da Verdade Dado aos Santos Reunidos
O problema com muitos de nós, que
estamos reunidos ao nome do Senhor, é que não percebemos o quão ricamente fomos
abençoados na posição em que estamos eclesiasticamente. Deus Se identificou
historicamente com essa posição e usou aqueles ligados a ela para recuperar para
Igreja muito da verdade que estava perdida por mais de 1.500 anos. Era comum os
que estavam nas denominações (150 anos atrás) virem até nós para aprender a
verdade; agora sentimos que precisamos ir até eles para nos alimentar! Não é um
pouco embaraçoso? Isso nos faz lembrar dos filhos de Israel tendo que descer
aos filisteus para amolar seus instrumentos agrícolas (1 Sm 13:19-22). Não
estamos insinuando que nossos irmãos nas denominações sejam filisteus ímpios;
apenas nos entristece que os santos reunidos pensem que precisam buscar a
verdade indo até aqueles que deveriam estar vindo até nós em busca dela. Se é
verdade que recebemos tanto, por que achamos que precisamos ir às denominações
para obter a verdade?
O moço que era servo de Eliseu não
sabia o que tinha do seu lado. Quando viu o exército sírio se reunindo ao redor
deles, ele pensou que eles estavam certamente em menor número e não eram páreos
para as forças sírias. Então Eliseu orou, “Senhor, peço-Te que lhe abras
os olhos, para que veja” (2 Rs 6:17). O Senhor atendeu à oração
de Eliseu e “abriu os olhos do moço, e viu”
que os recursos com eles eram superiores aos dos sírios. Pensamos nisso em
relação a alguns de nossos irmãos mais novos. Eles precisam que seus olhos sejam
abertos para ver o que possuem por estarem associados aos santos reunidos. Não
estamos insinuando que nossos companheiros irmãos nas denominações sejam
semelhantes aos inimigos sírios de Israel, mas nos referimos a esse incidente em
relação à necessidade de nossos olhos serem abertos.
Falando sem qualquer orgulho,
perguntamos: “Onde mais poderíamos ir para obter toda a verdade de
Deus que foi recuperada para a Igreja nos anos 1800 – eclesiástica,
escatológica, dispensacional, etc.?” Mesmo os grupos que saíram em divisão dos
santos reunidos – que geralmente têm mais luz do que as igrejas denominacionais
– perderam certas partes da verdade. Novamente, não estamos tentando ser
críticos; estamos tentando abrir os olhos de nossos leitores. É verdade que
cada assembleia local entre os congregados ao nome do Senhor pode não ter
mestres que consigam delinear essas coisas, mas, na comunhão dos irmãos como um
todo, há um depósito de verdade que é incomparável. Nossa oração é que o Senhor
abra os nossos olhos para ver isso. Não é algo para sentir orgulho; é algo para
agradecer.
As pessoas muitas vezes respondem a
isso, dizendo: “Mas ninguém sabe toda a verdade!” Sim, isso pode ser verdade
quando se trata de apreensão pessoal, mas não é disso que estamos falando.
Nosso ponto é que existe um depósito da verdade que foi confiado àqueles que
estão reunidos ao nome do Senhor (verdades recuperadas da doutrina de Paulo,
verdade profética, etc.), e esse depósito ainda está entre os santos reunidos.
Se todos os que estão ligados a essa posição sabem dessas coisas já é outro assunto.
Mas isso faz surgir uma pergunta.
Se as pessoas das denominações viessem a nós buscando ensino nesses vários
grandes temas da Bíblia, será que conseguiríamos ensiná-las? Temos sido
diligentes em aprender a verdade que é (ou era) comum entre nós? É aqui que
mora o problema. Parece que muitos de nós não conseguiriam apresentar a verdade
a eles, mesmo tendo sido abençoados com muito dela!
Será que Eles Têm a Verdade para Dar?
Outro ponto que precisa ser
considerado aqui é que dom e conhecimento são duas coisas distintas. Será que
esses homens com dons nas denominações entendem a revelação Cristã da verdade
para poderem nos dar dela? (Sabemos que o que temos a dizer em seguida poderia
aparentar arrogância e fanatismo. Não queremos de forma alguma transmitir uma impressão
errada – como se os santos reunidos fossem os únicos que tivessem a verdade –,
mas a pergunta precisa ser feita.) Certamente eles têm alguma verdade, mas será
que é a verdade em sua ordem correta? Se eles não sabem a verdade, eles não
serão capazes de nos fornecê-la. Eles podem muito bem ter um diploma de algum
seminário teológico bem conhecido, mas isso não significa necessariamente que
eles conheçam a verdade. Não questionamos se esses homens têm um dom
espiritual, como também não questionamos sua sinceridade e piedade pessoal.
Não temos nenhuma intenção de
ofender; mas, para deixar mais claro o nosso ponto, vamos olhar, por um
instante, alguns dos principais temas da Bíblia com isso em mente:
Eclesiologia (doutrina e prática da
Igreja): será que poderíamos ir a uma igreja Cristã denominacional para
aprender a verdade da assembleia? Será que ali conseguiriam nos ensinar como a
Igreja deve se reunir para adoração e ministério, de acordo com as Escrituras?
É altamente improvável. Mesmo que aqueles que pregam e ensinam nesses lugares
soubessem da ordem bíblica para uma assembleia local, certamente não a
ensinariam, pois condenaria a própria posição em que eles estão. Concluímos,
portanto, que não obteríamos ajuda sobre a verdade da assembleia nas denominações.
Escatologia
(verdade profética): será que poderíamos ir a uma igreja denominacional para
aprender a verdade da profecia? Talvez haveria coisas básicas que os pregadores
e os mestres com dons poderiam dar a uma pessoa. Porém, com toda a honestidade,
não sabemos de um só pastor ou ministro que possua a ordem dos acontecimentos
proféticos próxima à ordem bíblica. Erros – que vão desde a Rússia atacando
Israel no início (ou perto do meio) da tribulação de sete anos, até quem o anticristo
é, como também sobre a ordem dos juízos que cairão no final da grande tribulação,
etc. – estão geralmente cobertos por uma névoa no que se refere a esses grandes
fundamentos da profecia. Será que eles sabem o que é a Indignação? Ou o que é a
Consumação? Ou quais são os dois ataques dos Assírios? Mesmo coisas simples,
como a vinda do Senhor, muitos não têm certeza se a Igreja passará pela tribulação
de sete anos, ou se será levada antes – alguns pensam que ela será arrebatada
no meio! Se uma pessoa não tem clareza dessas coisas, haverá outros tópicos
relacionados na profecia que também não serão entendidos. É um pouco como a
montagem de um quebra-cabeça; se colocarmos uma peça fora do lugar, haverá
outra que também não vai encaixar. Portanto, temos certeza de que, em termos da
verdade profética, não receberíamos um ensino exato dos pastores e ministros do
Cristianismo tradicional.
Soteriologia
(verdade da salvação e as bênçãos associadas a ela): será que os pastores e
ministros das igrejas denominacionais podem nos ensinar sobre a salvação e as
bênçãos associadas a ela? Podemos dizer felizmente que eles pregam o evangelho
nas igrejas evangélicas da Cristandade. Mas examinando mais atentamente as
verdades específicas do Novo Testamento, conhecidas como doutrina de Paulo (2
Tm 1:13, 3:10), teríamos que dizer que há muitos pontos que não estão claros
para esses pregadores e mestres. Além de não terem clareza quanto à verdadeira
natureza, chamado e prática da Igreja, e quanto à verdade profética, a maioria
dos pregadores denominacionais não entendem: novo nascimento, livre arbítrio, a
vivificação e selo do Espírito, vida eterna, filiação, o velho homem e o novo
homem, o batismo do Espírito, a diferença entre pecado e pecados, a diferença
entre compra e redenção, os vários aspectos da santificação, a diferença entre
perdão eterno e perdão governamental, muitas das figuras encontradas na
Escritura, etc. Reconhecemos que é difícil fazer uma lista exata aqui, porque nem
todos os pastores e ministros estão no mesmo nível de entendimento, e não
queremos criar padrões preconcebidos.
Que fique aqui perfeitamente claro:
esses homens com dons certamente podem dar ao crente respostas úteis quanto à
salvação e a seguir o Senhor; porém, quando se trata dos típicos princípios da
doutrina de Paulo, provavelmente não receberemos um ensino correto sobre essas
coisas em uma denominação. Quanto mais entendermos os pontos e nuances distintos
da doutrina de Paulo, mais claro isso ficará.
Verdade
Dispensacional (verdade sobre as várias administrações do homem como
mordomo (despenseiro) de Deus, particularmente a de Israel e a da Igreja): será
que os pregadores e mestres das igrejas denominacionais nos ensinarão a verdade
dispensacional? A maioria das igrejas hoje na Cristandade seguem uma visão
pactual de interpretar as Escrituras (a visão dos reformadores do século 15,
chamada de Teologia do Pacto), em vez de uma interpretação dispensacional. Uma
vez que a maioria das igrejas não segue a verdade dispensacional, é evidente
que elas não iriam ensiná-la em suas congregações.
Teologia
(verdade sobre as três Pessoas da Divindade): Felizmente, podemos dizer que a teologia
da maioria dos ministros Cristãos está correta – com a exceção, talvez, da
humanidade sem pecado de Cristo. Mas devemos perguntar, “Realmente precisamos
ir até eles para aprender sobre as Pessoas da Divindade?”
Vida
Prática Cristã: somos gratos por a maioria dos pregadores e mestres
evangélicos geralmente serem de ajuda para dar conselhos sobre uma série de assuntos
práticos relacionados com a vida Cristã. O ministério deles com relação a
cultivar as graças pessoais Cristãs, questões financeiras, problemas matrimoniais
e familiares, etc., certamente não deve ser subestimado. Mas mesmo nisso, será
que eles nos ensinarão a andar em separação do mundo em questões práticas? O
que eles ensinariam a respeito de participar da política do mundo,
entretenimentos, eventos esportivos, artes, música e teatro, etc.? Será que
eles nos dariam conselhos sábios e piedosos sobre essas coisas?
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Deixe-nos dizer, novamente, que não
estamos tentando ser ofensivos ou críticos nestas observações; é fato que muito
do ensino nas igrejas denominacionais não é exato, e alguns deles são
claramente contrários à verdade da Escritura. Quanto mais aprendermos a
verdade, mais claro isso ficará para nós. O problema é que a maioria dos que
discordam de nós não parece ter um entendimento sólido da verdade. Quando ouvem
os pastores e os mestres das igrejas, eles não detectam o erro e pensam que é tudo
muito bom.
Sabemos que haverá pessoas
sensíveis e defensivas em relação às denominações, que dirão que estamos
julgando. Como mencionado, certamente não é a nossa intenção, mas para
esclarecer o nosso ponto, tivemos que fornecer aos nossos leitores algumas
especificidades, e assim nos expor à possibilidade de nos acusarem de sermos
críticos. Nosso ponto em tudo isso é simplesmente mostrar que não é necessário
ir a uma denominação para obter a verdade.
Devemos Desobedecer à Verdade para Obter a Verdade?
Deus deu “dons”
à Igreja para o aperfeiçoamento dos santos com o propósito de eles defenderem a
verdade andando nela e ajudando outros a entendê-la (Ef 4:11-14). Não há dúvida
de que hoje a maioria desses dons no corpo de Cristo estão nas diversas
comunidades denominacionais da Cristandade. A questão é, será que aqueles, nas
igrejas, que têm dom para ensinar e pregar podem nos fornecer alimento
espiritual, e será que devemos ir lá para sermos alimentados por eles?
Em primeiro lugar, se o Senhor nos
levou a separar-nos da confusão e do erro eclesiástico na “grande
casa” (2 Tm 2:19-21), certamente Ele não iria virar e mandar
que voltássemos para ela em busca de comunhão e alimento espiritual. É
evidente, portanto, que aqueles que saíram para uma posição remanescente na
casa de Deus, sendo reunidos ao nome do Senhor (2 Tm 2:22), devem permanecer no
lugar para o qual Ele os chamou. Se o Senhor nos chamou para essa posição de separação,
Ele irá nos sustentar ali. O conselho que Boaz deu a Rute foi: “Não
ouves, filha minha? Não vás colher a outro campo, nem tampouco passes daqui;
porém aqui te ajuntarás com as minhas moças” (Rt 2:8). Esse é
um bom conselho para nós. Simplesmente o Senhor não nos mandaria entrar na
mesma coisa da qual Ele nos chamou para sair. Certamente não achamos que
devemos renunciar a um princípio da verdade para obter verdade. Paulo disse que
se ele retornasse para aquilo de que Deus o tinha chamado para sair, isso o
tornaria um “transgressor” (Gl 2:18).
O inimigo de nossa alma quer nos
comprometer de alguma forma, assim como Sambalate e Gesém tentaram fazer com
Neemias, mandando dizer-lhe: “Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias,
no vale de Ono” (Ne 6:2). Neemias respondeu, “Estou
fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (Ne
6:3). Precisamos perceber que defender a verdade de reunião, andando nela e a ensinando,
é uma “grande obra” que podemos fazer para o Senhor.
Assim como Neemias e aqueles que estavam com ele construíram o muro do centro
divino nos tempos do Velho Testamento (Jerusalém), podemos estar empenhados em defender
a verdade do centro de reunião de Deus no Cristianismo. Se alguém tentar nos
afastar dele, precisamos responder da mesma maneira que Neemias. Pode não
parecer bem uma obra para Deus, mas é verdadeiramente algo que Ele valoriza. O
Senhor elogiou Filadélfia por seu esforço para manter o testemunho que Ele
tinha “aberto” para eles. Que estejamos animados a continuar
nesta obra.
O inimigo não desistirá em sua
tentativa de nos fazer comprometer nossa posição – assim como Sambalate e Gesém,
que enviaram a Neemias “o mesmo pedido quatro vezes”
(TB) e depois uma “quinta vez” (Ne 6:4-5). É
triste que alguns de nossos irmãos mais novos não vejam valor na verdade de
reunião, nem parece que eles estejam estabelecidos nos princípios da Escritura
para serem capazes de resistir às investidas do inimigo. E assim eles acabam
sendo atraídos para as igrejas denominacionais.
Não estamos dizendo que os mestres
e pregadores com dons nas igrejas não poderiam dar alimento espiritual a uma
pessoa, mas tão somente que não iríamos querer violar nossa consciência e sair
da posição à qual o Senhor nos conduziu. Uma outra ilustração do Velho
Testamento enfatiza esse ponto. No deserto, Moisés separou a tenda, levando-a
para um lugar “fora do arraial” por causa da
corrupção no arraial (Êx 33:7). Então, algum tempo depois, ele “ajuntou
setenta homens dos anciãos do povo e os pôs ao redor da tenda”
(ARF). Mas Josué notou que dois dos homens não saíram do acampamento – Eldade e
Medade. Eles continuavam a profetizar lá, e as pessoas no arraial ouviam (Nm
11:24-26). Era o lugar certo para aqueles dois homens estarem, uma vez que eles
haviam sido chamados para fora do arraial? Significava que Josué e os outros
deveriam voltar para dentro do arraial porque aqueles dois estavam lá? Talvez,
se Josué e os outros entrassem no arraial e ouvissem Eldade e Medade, o ministério
destes pudesse ser de algum auxílio. Porém, um chamado maior tinha prioridade
sobre eles.
Josué queria que Moisés proibisse
os homens de profetizar no arraial, mas Moisés disse: “Tens
tu ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse
profeta, e que o SENHOR pusesse o Seu Espírito sobre ele!”
(Nm 11:27-29 – ARF) Do mesmo modo, deixamos que cada um dos homens que têm dom
nas denominações ministre onde eles acham que devem. A Escritura diz: “subverter
um homem em sua causa, isso o Senhor não aprova” (Lm 3:36 –
KJV). Mas não significa que devemos nos juntar a eles já que fomos chamados a
separar-nos para um lugar onde somos reunidos ao nome do Senhor.
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