DECLARAÇÃO/PERGUNTA: Existem tantas divisões entre os Irmãos e tantas pessoas saindo; como
podemos achar que eles têm a aprovação do Senhor? Será que essas coisas não
provam que os Irmãos estão sobre um fundamento completamente errado?
RESPOSTA:
É verdade. É triste dizer que, em média, tem ocorrido uma divisão entre os congregados
ao nome do Senhor a cada 20-25 anos. Um historiador da Igreja relatou: “Os Irmãos
são conhecidos por dividirem corretamente a Palavra e erroneamente dividirem a
si mesmos.” Infelizmente isso é verdade. Poderíamos nos perguntar por que é
assim. Uma resposta seria a obra da vontade da carne. Se andássemos em julgamento
próprio, não aconteceriam divisões. Mas quando nos recusamos a julgar a nós
mesmos, Deus usa outros meios para nos humilhar e permite que uma divisão
ocorra.
O Senhor quer verdade naqueles que
estão ligados ao testemunho de estarem reunidos ao Seu nome. Uma vez que Ele
deseja “a verdade no íntimo” (Sl 51:6), Ele quer que os
nossos princípios sejam coerentes com o nosso posicionamento de estar reunidos ao
Seu nome. Quando isso não acontece, o Senhor peneira o Seu povo, permitindo que
divisões e dispersões ocorram até que ali permaneçam aqueles que genuinamente guardam
os princípios de reunião sob os quais nos congregamos. O Senhor usa essas “chacoalhadas”
para purificar o Seu testemunho.
Sofonias 3:11-13 fala da obra do Senhor
de peneirar o Seu povo. O contexto da passagem tem a ver com o remanescente de
Israel, mas o princípio mostrado nela se aplica às maneiras de o Senhor tratar com
Seu povo em qualquer dispensação. “Tirarei do meio de ti [Jerusalém]
os que exultam na sua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no Meu monte
santo. Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no
nome do Senhor. O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá
mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque serão
apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.”
Sempre haverá alguns nascidos e
criados entre os congregados ao nome do Senhor que nunca realmente se
apropriaram das coisas às quais estiveram conectados. Alguns podem ter tomado o
seu lugar à mesa do Senhor por conveniência e podem até mesmo nem acreditar nos
princípios sob os quais estão reunidos. Outros podem ter uma vez abraçado a
verdade de estar reunido ao nome do Senhor, mas se tornaram deficientes em
relação a ela. Assim como aqueles no navio que viajava para a Itália, eles simplesmente
ficaram “saciados” com o trigo – que poderiam chamar de “doutrina
dos Irmãos” – e jogaram-no ao mar (At 27:38 – TB). Mas, por mais estranho que
seja, eles permanecem entre os santos reunidos.
Quando existem irmãos reunidos ao
nome do Senhor que possuem princípios divergentes com relação a congregar –
talvez princípios de Amalgamação, ou princípios de Irmãos Abertos, ou ainda mais
longe, princípios denominacionais – e eles falam abertamente sobre seus pontos
de vista (e pressionam para que sejam aceitos), a nossa voz coletiva na comunidade
enfraquece. O resultado é que os irmãos não mais glorificam a Deus “com
uma só mente e uma só boca” (Rm 15:6 – KJV). Nós nos
perguntamos por que é que essas pessoas iriam querer estar entre os santos
reunidos se elas não creem nos princípios que são parte integrante dessa
posição. Não desejamos ver ninguém sair da assembleia, mas parece muita hipocrisia
alguém estar ligado a essa posição remanescente e, ainda assim, não crer nos
próprios princípios de sua existência.
De qualquer forma, quando existe tal
condição entre o povo do Senhor, Ele opera para purificar o testemunho. Ele irá
permitir uma tempestade sobre uma assembleia na forma de algum problema para
testar aqueles que estão ali e, assim, manifestar o verdadeiro estado das
coisas. 1 Coríntios 11:19 fala disso, dizendo: “E até importa que haja entre
vós heresias [seitas – JND], para que os que são sinceros [para que o aprovado –
JND] se manifestem entre vós” (TB). Do mesmo modo, o capitão de
um barco a vela não sabe quão competentes são seus marinheiros até que eles
sejam testados em uma tempestade; então, torna-se manifesto quem é e quem não
é. Amós 3:6 diz, “Sucederá qualquer mal à cidade, e o Senhor não
o terá feito?” Isso mostra que o Senhor permite (até mesmo envia)
os testes. Se estamos entre os irmãos apenas por causa de ligações familiares,
ou por alguma outra razão, o Senhor irá testar e “manifestar”
isso. O fato de ter havido uma divisão ou dispersão em média a cada 20-25 anos nos
diz que cada geração deve ser testada a respeito das verdades de reunião.
É importante entender que o Senhor
é o Reunidor divino, mas Ele também é o Espalhador divino. Em ambos os casos, Ele
tem um agente. Ao reunir, Ele usa o Espírito de Deus, mas ao espalhar Ele usa o
diabo. Pode haver momentos em que o Senhor, em Sua maneira governamental de
tratar com Seu povo, permite que Satanás entre no meio deles e espalhe alguns (Nm
21:6; Lc 22:31; Jo 10:12). Isso porque espalhar é uma obra de Deus tanto quanto
reunir (Gn 3:23-24, 11:8-9; Dt 4:27, 28:64; 1 Rs 12:24, 17:20-23; 2 Rs 24:1-4;
Jr 15:1, 4, 31:10; Ez 20:37-38, 36:19; Am 9:9-10; Sf 3:11-12; 1 Co 10:5). Quando
o Senhor permitiu a grande cisão entre as tribos de Israel, Roboão tentou
recuperar as dez tribos que seguiram Jeroboão na divisão, porém o Senhor enviou
um profeta a Roboão, que mandou ele parar e desistir, dizendo: “Volte
cada um para a sua casa, porque Eu é que fiz esta obra.” (1 Rs
12:24).
Não precisamos temer essas ações do
Senhor entre o Seu povo, porém elas devem nos humilhar. “Ouvi
a vara, e Quem a ordenou” (Mq 6:9). J. N. Darby disse que nunca
viu o peneirar resultar em algo que não fosse bom; o castiçal brilha mais intensamente
depois. Assim, quando uma tempestade chega a uma assembleia reunida ao nome do Senhor,
não significa que essa assembleia esteja no terreno errado, mas que o Senhor
está testando Seu povo. Aqueles que estão ligados ao testemunho e que não sustentam
os princípios sob os quais professam estar reunidos podem ser peneirados nesse
momento, e outros serão reunidos para continuar o testemunho até que o Senhor venha.
Acho que poderíamos dizer que se trata do programa de manutenção de Deus, que é
parte integrante de estar reunido ao nome do Senhor. Logo, as divisões
continuarão a acontecer até que o Senhor venha.
Essa pode não ser a única razão
pela qual Deus permite que divisões aconteçam, mas é certamente uma das principais.
Se os princípios de reunião são de fato a verdade de Deus, podemos ter certeza
de que Satanás irá atacá-los. A Escritura nos diz que nos últimos tempos “espíritos
enganadores” (de demônios) tomarão conta da mente de alguns,
que “apostatarão da fé” (1 Tm 4:1). Certos princípios e
práticas serão abandonados, e muitas vezes os mesmos que os abandonam são os
mais veementes contra a verdade. Satanás usará essas pessoas para fazer sua
obra de dividir os santos, e Deus permitirá que ele peneire o Seu povo.
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RESUMO: divisões
e dispersões, entre o povo do Senhor congregado ao Seu nome, não são um sinal
de que eles estão reunidos sob princípios sem fundamento bíblico, mas de que o Senhor
está testando e peneirando aqueles que estão ligados a esse testemunho. Se a
ausência de divisão constitui quem está no terreno certo, então os católicos
estariam certos – eles de fato tiveram apenas uma grande divisão em 1.400 anos!
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