quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

CAPÍTULO 7: O Princípio do Velho Testamento do Único Centro de Reunião em Mateus 18:20


COMENTÁRIO/PERGUNTA: Para aqueles que erroneamente aplicam o princípio do Velho Testamento do “único lugar” (em completa e intencional ignorância daquilo que nos é exposto em João 4:21-24), peço que olhem Jeremias 7:1-15. Eu vou arriscar um palpite de que SE (hipoteticamente, é claro) a “assembleia” foi em algum momento O “lugar”, então ela não é mais.
RESPOSTA: O autor da pergunta faz objeção ao pensamento de que o Senhor tem um centro de reunião na Terra no Cristianismo. Ele aceita que havia um nos tempos do Velho Testamento, mas acredita que João 4:21-24 prova que não há nenhum centro de reunião hoje no Cristianismo. Ele diz que qualquer um que não vê isso está em “completa e intencional ignorância”!
Mas será que João 4:21-24 diz isso? Nesse capítulo, o Senhor declara que haveria a cessação de um centro geográfico terreno para adoração. Centros terrenos tais como “neste monte” (Gerizim) e “Jerusalém” não seriam mais reconhecidos por Deus (Gerizim nunca foi), porque uma nova ordem de coisas estava chegando. Mas o Senhor não disse que não haveria um centro de reunião no Cristianismo. Se essa passagem diz que não existe um centro de reunião no Cristianismo, então que o autor da pergunta nos forneça as palavras da Escritura que afirmam isso. Como essas palavras não podem ser encontradas, fica claro que é uma suposição ou fabricação da parte dele. É um grave erro exegético colocar deduções na Escritura.
O Senhor mencionou três coisas significativas que marcariam a mudança da velha ordem de adoração no judaísmo para a nova ordem no Cristianismo. Ele disse: “Mulher, crê-Me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim O adorem. Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade.”
  • Primeiro, cessaria a existência de um centro geográfico terreno para adoração – seja em Gerizim (“neste monte”), ou em “Jerusalém”. Hebreus 8:2, 9:11, 9:23-24, 10:19-22 indicam que os Cristãos adoram em espírito no santuário celestial na presença imediata de Deus, mas isso não é mencionado aqui.
  • Segundo, houve uma nova revelação da Pessoa adorada. No judaísmo, Deus era adorado como Jeová, mas agora no Cristianismo Ele deve ser adorado como “o Pai” do Senhor Jesus Cristo.
  • Terceiro, haveria um novo caráter de adoração. A adoração no judaísmo era terrena e tangível, realizada por um sistema de rituais e cerimônias, mas a nova ordem de se aproximar de Deus no Cristianismo seria algo puramente espiritual. Os crentes agora adoram o Pai em “espírito” e de acordo com uma nova revelação da “verdade”. 

Mas observe: em tudo o que o Senhor ensina aqui, Ele não faz nenhuma declaração de que não existiria um centro de reunião no Cristianismo. Ele estava simplesmente mostrando que a nova maneira Cristã de adoração não seria como a velha maneira judaica, que tinha o auxílio de meios mecânicos (música, incenso, comer sacrifícios, rituais, cerimônias, etc.). Em contraste com essas coisas exteriores, o apóstolo Pedro afirma que a nossa adoração Cristã seria caracterizada por “sacrifícios espirituais” com auxílio da presença interior do Espírito Santo (1 Pe 2:5; Fp 3: 3).
Como mencionado, o novo local de adoração no Cristianismo é na presença imediata de Deus no santuário celestial (Hb 8:2, 9:23, 10:19). Os judeus adoravam em Jerusalém no santuário terreno, que era apenas uma figura daquele nos céus (Hb 9:23). Os Cristãos têm o privilégio de adorar nesse santuário celestial. Como os Cristãos adoram “em espírito e em verdade”, eles não precisam de meios mecânicos exteriores para auxiliar a sua adoração. Eles podem sentar-se calmamente em uma cadeira e o Espírito Santo poderia produzir na alma deles verdadeiro louvor e adoração ao Pai e ao Filho. Isso é verdadeira adoração celestial. Todos os Cristãos – tanto os espalhados nas denominações como os reunidos ao nome do Senhor – adoram “em espírito” no santuário celestial! Infelizmente, porém, nem todos os Cristãos se reúnem no verdadeiro terreno da Igreja. Isso ocorre porque tem havido uma grande ruína na profissão Cristã e muita ignorância sobre a verdade de reunião. Também há entre muitos Cristãos uma relutância em receber a verdade. O resultado é que existem centenas de divisões (comunidades Cristãs) no testemunho exterior da Igreja que não deveriam existir.

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