quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Juntando-se, em Serviço, Àqueles que Estão nas Denominações


Pode-se perguntar, “Há algo de errado em irmãos reunidos ao nome do Senhor se juntarem aos que estão nas denominações na obra evangelística?” Este é outro ponto em que não desejamos legislar. Deve-se deixar a consciência de cada um agir diante de Deus (Rm 14:5). No entanto, vamos passar um princípio que pode dar alguma luz orientadora sobre o assunto.
O apóstolo Paulo disse, “agora foi revelado aos Seus santos apóstolos e profetas, no [poder do – JND] Espírito, a saber, que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3:5-6 – ARA). O fato de ele acrescentar “por meio do evangelho” mostra que as verdades do evangelho e da assembleia estão ligadas. No evangelho, apresentamos Cristo, o Salvador; ao ensinar a verdade da Igreja, apresentamos Cristo, o Centro. Ambas estão intimamente ligadas. Portanto, toda a obra evangelística deve ser conduzida tendo em vista a assembleia. Deus quer que, depois de uma pessoa ser salva, ela esteja funcionando na assembleia como um membro do corpo de Cristo.
Um tipo do Velho Testamento ilustra isso. As grandes pedras trazidas com o propósito de construir o templo (1 Rs 5) não eram apenas extraídas do lugar onde eram encontradas, mas também eram trazidas para o local do templo e encaixadas na casa (1 Rs 6). Tirar as pedras da mina fala da obra do evangelho, ou seja, não tinha um fim em si mesmo. Do mesmo modo, o propósito do evangelho é trazer o material que vai compor a Igreja. As pedras vivas que hoje compõem a casa de Deus foram salvas com o propósito de funcionarem em Sua casa para Sua glória. Posteriormente na Epístola aos Efésios, Paulo fala novamente dessa conexão (cap. 4:11-16). Os “evangelistas” deviam trabalhar com os “pastores e mestres” (TB) tendo “em vista a edificação do corpo de Cristo” (JND). Isso mostra que querer que as almas sejam salvas sem vê-las funcionando em seu lugar no corpo em uma assembleia local é ficar aquém do propósito de Deus para elas.
Um Cristão inteligente, guiado pelo Espírito, vai querer trabalhar em conjunto com Deus, não apenas propagando o evangelho, mas também direcionando todos os convertidos para Cristo no meio de uma assembleia reunida ao Seu nome. O problema aqui é que se alguém das denominações estiver envolvido nessa obra, ele vai logicamente direcionar os novos convertidos para o seu grupo de igreja, ou para a igreja de escolha do convertido. Logo, se os dois servos forem fiéis às suas convicções eclesiológicas, eles puxarão em duas direções diferentes.
A Escritura indaga, “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3). A única maneira desse esforço funcionar é alguém abrir concessões. Como a maioria desses esforços são empregados por aqueles que pertencem a grupos de igreja, alguém reunido ao nome do Senhor que deseja se juntar a eles terá que ser aquele que vai abrir concessões. E isso é compreensível; afinal, é ele (ou ela) quem está se juntando a essa obra. Não se pode esperar que os organizadores mudem seus princípios só porque alguém se juntou a eles.
Como uma questão de convicção para o nosso próprio andar nesse exercício, pela razão acima mencionada, acreditamos que devemos conduzir nossos próprios esforços evangelísticos sem ligações com pessoas das denominações. Não é porque não as amamos, ou qualquer coisa assim; é para evitar o duplo padrão que inevitavelmente resultará da nossa diferença de eclesiologia. Oramos por todos os esforços daqueles que estão nas denominações em propagar o evangelho, mas acreditamos que devemos deixá-los conduzirem seu próprio trabalho.

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