Alguns imaginam que a verdade sobre
existir um único centro de reunião divinamente reconhecido é algo que só
apareceu entre os irmãos nos últimos anos, e que se trata de uma ideia nova.
Mas nada poderia estar mais longe da verdade.
H. A. Ironside observa em seu livro
“A Historical Sketch of the Brethren Movement”[1]
que, antes da divisão de Bethesda (1848), os irmãos “não hesitavam em
reivindicar, em alguns casos, a posse exclusiva da mesa do Senhor”. O Sr.
Ironside não aceita essa verdade, mas admite que a existência de uma única mesa
do Senhor estando em uma única posição eclesiástica na Terra fazia parte do
portfólio de doutrina dos santos reunidos desde o fim da década de 1830 e o início
da década de 1840, o que basicamente é desde o começo do movimento quando a
verdade foi recuperada inicialmente.
Em 1951, J. R. Gill escreveu: “Permita-me
mencionar que 60 anos se passaram desde a primeira vez que tive o privilégio de
estar à Mesa, para ali O recordar em Sua morte. Também não me esqueci de como um
sentimento da preciosidade daquela ocasião invadiu meu coração. Espero que o
passar do tempo tenha intensificado aquele sentimento! Naqueles dias, e antes
de tudo na Inglaterra [por volta de 1891], comumente se ensinava e se
acreditava que havia apenas uma Mesa do Senhor. Eu fui criado nessa atmosfera;
nunca ouvi nada em contrário. Meu pai falava disso em casa, e eu ouvia isso
frequentemente nas reuniões. Tornou-se um artigo de fé comigo: ‘A Mesa do Senhor’
(1 Co 10:21); não o plural (‘as Mesas do Senhor’), apenas uma”. Isso mostra que
essa verdade era comumente sustentada e ensinada entre os irmãos nos anos 1800.
É triste dizer, mas tem havido um
constante abandono dessa verdade, e é decorrente de os irmãos não a ensinarem
nas reuniões. O Sr. Gill prosseguiu, dizendo: “Parte do declínio entre os
irmãos estende-se a este assunto [o centro de reunião]. É com pesar que se
sugere isso. Em muitos círculos, não é mais sustentado que existe apenas uma mesa
do Senhor, apenas um centro divino na Terra. As solenes consequências que fluem
dessa verdade são hoje praticamente ignoradas, e raramente discutidas. Falo dos
irmãos de modo geral. Ainda assim, eu noto que mesmo em nossas próprias
reuniões pouco se diz sobre esta grande verdade, tão conhecida de nossos pais.
Isso pode ser devido à nossa lamentável condição, e nossa consciência dela. Contudo,
não renunciamos à doutrina, e iremos afirmá-la se ela for questionada.” Se a
verdade do centro de reunião já não era tão ensinada como deveria entre os
irmãos em 1951, quanto mais hoje em 2010! Talvez seja por isso que alguns erroneamente
têm pensado que se trata de uma nova doutrina.
[1] N. do T.: em tradução livre, “Um
Esboço Histórico do Movimento dos Irmãos”.
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