Alguém disse que na compra de
imóveis existem três regras importantes que você deve seguir para garantir o
melhor investimento do seu dinheiro. A primeira regra é localização, a segunda
é localização e a terceira é localização. Do mesmo modo, na correta
interpretação da Bíblia, os três princípios mais importantes são: 1) contexto,
2) contexto e 3) contexto. O que estamos dizendo aqui é que o contexto é vital
para o entendimento da Escritura.
Dizer que Mateus 18:20 se refere a
Cristãos no campo missionário, ou a um encontro em uma lanchonete, etc., é
tirar o versículo do contexto. É o que nossos questionadores têm feito. Como
mencionado anteriormente, Mateus 18:18-20 tem a ver com a assembleia local
atuando em sua capacidade administrativa de ligar e desligar ações
disciplinares. O Senhor está ali no meio, sancionando o terreno em que a
assembleia está reunida, e autorizando suas ações administrativas.
Quando uma pessoa faz uma aplicação
de um determinado versículo da Bíblia, ela o tira de seu contexto e cenário, e
aplica o princípio dele (livremente ou de outra maneira) a uma situação
completamente diferente. Isso é aceitável, contanto que lembremos que se trata
de uma aplicação e não da interpretação da passagem. Como já afirmamos, vamos
ter problemas se tudo o que ouvirmos for aplicações dos versículos; poderíamos
começar a pensar que elas são as interpretações. Se tivermos uma alimentação
constante disso – que infelizmente é o que a nossa geração tem tido –,
poderíamos perder completamente o sentido e o significado da passagem e começar
a construir, a partir dela, doutrinas sem nenhuma relação com o contexto. Um
dos problemas que vemos hoje é que há pouquíssimas pessoas que têm dedicado
tempo para aprender a verdade bíblica em seu contexto.
Se alguém ensinou que o contexto e
a interpretação de Mateus 18:20 é o partimento do pão, está errado! Nunca
ouvimos ninguém ensinar que esse versículo está se referindo ao partimento do
pão, como diz o autor da pergunta, embora muitas vezes ele tenha sido lido no
partimento do pão como uma aplicação. Talvez, por ouvi-lo
tantas vezes nessa reunião, ele (ou ela) tenha pensado que esse seja o significado
da passagem – mas isso é o autor da pergunta quem está presumindo.
Ao falar de interpretações e
aplicações da Escritura, alguém disse corretamente: “A fruta nunca cai longe do
pé”. Do mesmo modo, uma aplicação não deve “cair” muito longe da interpretação
da passagem, ou perderá o seu poder. Mateus 18:20 sendo lido no partimento do
pão seria um exemplo da fruta caindo debaixo do pé. O princípio do versículo
está relacionado com o Senhor estando no meio da assembleia para sancionar o terreno
em que os santos estão reunidos. Uma vez que isso é verdade para todas as
reuniões de assembleia, seja uma reunião para ações administrativas, partimento
do pão, reunião de oração, etc., o versículo poderia ser usado para enfatizar o
fato de que o Senhor está no meio nessas ocasiões. Por outro lado, fazer uma
aplicação de Mateus 18:20 para conforto e encorajamento de Cristãos que se
encontram por acaso na rua ou no campo missionário é um pouco como a fruta
caindo bem longe do pé. De certa forma, é esticar a aplicação, pois essas
situações não têm nada a ver com nenhum tipo de reunião de assembleia. Mas,
como dissemos anteriormente, se alguém conseguir conforto por meio do
versículo, não iríamos querer tirar isso da pessoa.
Assim, para que fique perfeitamente
claro, os irmãos que leem Mateus 18:20 no partimento do pão não estão usando o
versículo em sua interpretação estrita. E é totalmente aceitável fazer isso,
desde que tenhamos o entendimento de que se trata de uma aplicação que está
sendo feita para a ocasião. O problema é que o autor da pergunta evidentemente
não entendeu isso. Essa pessoa presumiu que os irmãos estão ensinando que o
versículo tem a ver com o partimento do pão. E ao conferi-lo com o contexto,
ele (ou ela) pensou que tivesse sido interpretado incorretamente – mas tudo o que
quem leu esse versículo na reunião de partimento do pão estava fazendo era se
referir ao princípio envolvido. Ele estava fazendo uma aplicação. Assim, não se
trata de um “mau uso” da passagem, mas de um equívoco do autor da pergunta. Não
deveria ser algo difícil para os nossos questionadores aceitarem, já que eles
não têm problema nenhum em fazer aplicações do versículo para todo tipo de
situações incomuns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário